The mind Inside

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Whom did you expect? The White Rabbit perchance?

4 de junho de 2009

Partindo de Entropia

O sentido aqui não é desordem, seria uma antítese falar de sentido no caos, mas nada melhor que idéias contrárias para se tornar claro em certos momentos.

Por exemplo, confortante tortura acordar durante a madrugada, mergulhado em um estado de lucidez sonâmbula, estado que me arrisco a descrever como uma união do mundo dos sonhos com a “realidade”.

Mundo assustador que nos encoraja por seus significados interiores que raramente captamos ou nos esforçamos para entende-los.

Não me lembro de estar REALMENTE acordado como agora, totalmente diferente do passeio de bike, mas ao mesmo tempo igual, uma sensação estranha a de ESTAR ainda presente no mundo dos sonhos, “dormindo”, mesmo que plenamente “acordado”. Como afirmo com certeza que estou acordado¿ assim como todos os outros também estão acordados¿ não me arrisco a ser o juiz inquiridor que decide tal questão, uma vez que considero essa a minha maior duvida há um bom tempo, mas arrisco a dizer: depende o ponto de vista.

Os pensamentos que residem no mundo caótico dos sonhos ganham significados, mas são consumidos rapidamente, assassinados uma vez mais pela grande vilã, a consciência, que existe no mundo real onde acreditamos estar acordados. O simples fato de estar consciente, é a maior das antíteses, quando me fiz acreditar que havia adquirido consciência da desordem dos sonhos.

Tentarei colocar em palavras, talvez um por cento o mundo que presenciei por alguns segundos. Tempo que pareceu risório, a sensação é que necessitamos uma eternidade, talvez mais, para nos entendermos por completo, entender os processos cognitivos que são reais, existem e possuem a chave para um segredo maior sobre tudo.

Pode parecer exagero ou eufemismo, mas há muito mais em nós mesmo que imaginamos.

Lia hoje sobre a teoria do campo unificado de Einstein, onde ele sonhava em explicar a natureza, não a do ser, nem a do universo, simplesmente a natureza das coisas de forma simples e coerente, onde iríamos nos espantar por sua beleza e simplicidade, infelizmente ele morreu com esse sonho, e agora ouso dizer que presenciei talvez uma mínima parte da sensação que Einstein vivia. Sensacao de impotência em ser entendido, ou melhor, de entender.

Esse texto não fala de caos interior, social, ou conflitos psicológicos não resolvidos, mas sim do caos em que vivemos, a banalidade simples que se tornou viver. Penso logo existo¿ Não, se o pensamento fosse artigo de luxo vendido em caixas de papelão reciclado com o logotipo caro da vulgaridade e superficialidade, escolheria apenas a existência, pura e completa, sem critérios que definam e rotulem tal estado. A lógica em acreditar na existência pois temos consciência, é banal, simplista e utópica. A natureza que Einstein buscava explicar, está em um nivel extremo de complexidade para entendimento do homo sapiens comum, existência é a palavra chave, e já não possui tanto significado para a maioria. Essa consciência já me tornou duvidosa, cada dia mais. A antítese presente novamente aqui, quando comecei o texto falando da minha consciência plena, não imaginava terminá-lo assim. Duvidando da própria.

As palavras já não fazem sentido, já não consigo me fazer entender a esse ponto.

1 a 0 para a vida em entropia.

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2 comentários:

  1. "eis que pela primeira vez os meus sentidos descobrem sozinhos: as coisas não tem significação, tem existência." Alberto Caeiro
    será que foi por aí que apreendi?! :)

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  2. Sou um homo-sapiens comum, infelizmente, por isso não captei o todo, mas a parte que entendi, me convenceu de que tem mais pessoas que se sentem como eu me sinto: acordada, mas como se permanece no mundo dos sonhos.
    Isso me causou um frisson, pois se estou louca, não sou a única. O ser humano tem essa mania de se sentir mais a vontade, ao descobrir que não está sozinho. Nem em seus mundos imaginários. E afinal onde o real do imaginário?

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